Com a recente assinatura do protocolo que promove integração digital entre a capital catarinense e a cidade de Fundão, grande polo tecnológico português, uma nova tendência se inicia na tecnologia rural brasileira: o investimento pesado no agrotech.
Foto: https://proximonivel.embratel.com.br/internet-das-coisas-conheca-4-casos-de-uso-da-tecnologia-na-agricultura/
Antes de tudo, precisamos entender o surgimento desse termo: agrotech. União simples das palavras "agronegócio" e "tecnologia", o agrotech diz respeito aos estudos da tecnologia da informação que são aplicados no contexto da agricultura. Outros campos já passaram por isso antes, como o mercado financeiro, que com o fintech conseguiu trazer processos mais inteligentes para bancos e acelerar ainda mais o desenvolvimento financeiro dos países que investiram em tecnologia financeira.
Dentro do agrotech temos o desenvolvimento de sistemas que proporcionam melhorias no agronegócio, como análise de condições de crescimento específicas para um plantio, máquinas que relatam condições de campo, monitoramento preciso de clima e tempo, monitoramento de maquinário através de inteligência artificial, monitoramento de maquinário através de GPS... A coleta de dados e interpretação de informações se tornou um processo muito mais rápido depois que passou a ser executado por sistemas efetivos feitos pelo ser humano.
Foto: https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sustentabilidade/tecnologia-agropecuaria
O município de Fundão, localizado no distrito de Castelo Branco em Portugal, mostrou ao mundo algo inédito: em um período de 8 anos, a economia que era quase totalmente rural se tornou em uma economia ligada intensamente à tecnologia informacional dos dias de hoje, um movimento econômico que pode não só inspirar Florianópolis como também agregar conhecimento para a agricultura catarinense e brasileira conjuntamente.
Com um processo idealizado principalmente pelo prefeito Paulo Fernandes, a cidade na região centro-nordestina de Portugal apresentava foco no agrotech antes mesmo do termo ser firmado no mercado mundial. Sua economia rural e a agricultura unidas com o desenvolvimento do mundo digital foram se modernizando cada vez mais.
Foto: https://www.maqnelsonagricola.com.br/node/2199
No ano de 2020, o governo decidiu criar uma área para testes agrotech um pouco diferente do convencional: ao invés de programação e estudo feitos em salas fechadas e laboratórios, as máquinas introduzidas pelas startups que chegavam ao solo português eram colocadas em vastos campos, e testadas na prática junto com agricultores e profissionais da área. Recentemente, depois de receber diversos investimentos e profissionais da área da tecnologia informacional e da agricultura, a cidade ultrapassou o número de 65 startups em seu território (um marco importantíssimo para uma cidade com pouco mais de 28 mil habitantes). A união dos dois campos profissionais em busca de uma melhora na produção deu resultados, e hoje em dia até mesmo o ensino público infantil do município português inclui programação entre suas disciplinas e um ensino bilíngue, medidas que facilitam ainda mais o desenvolvimento tecnológico e as relações internacionais futuras da cidade.
Segundo o prefeito Paulo Fernandes, Fundão é "um caso muito particular nessa área da tecnologia", mas simultaneamente ele observa que alguns fatores semelhantes podem trazer essa evolução para Florianópolis. O estado catarinense como todo também teve um ecossistema e uma economia local voltadas ao campo, e que agora buscam incentivar ainda mais as startups que chegam.
Foto: https://www.bigtires.com.br/blog/post/beneficios-da-tecnologia-para-agricultura
No ano de 2022, o prefeito português encontrou-se com Thaynan Mariano, coordenador do Floripa Conecta (hub criativo que organiza eventos de tecnologia na capital catarinense). No ano de 2023, firmou-se o protocolo de cooperação digital. Esperamos que em 2024 cada vez mais startups se unam com o agronegócio de nosso estado em busca de avanços científicos, econômicos e sociais!
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